sábado, 7 de fevereiro de 2009

O poeta é um fingidor

Escrevo para reiventar o que sou.
Tomar emprestado outros eus.
Roubar histórias alheias e as minhas proprias.
Apropriar-ma delas com outros olhos
recopiá-las.
Escrevo prá enganar o que não sou, ou pelo menos é assim que

[me engano.

Repensar-me poeticamente, ludicamente.
Brincadeira de gente grande,
tornar engano o que é real.

Emprestar-me aos filmes que não vi.
Aos roamance que não li.
E a todas as músicas, incluindo as que ouvi.


Escolher contar apenas o que quero, na ordem que me parecer.
Mudar o tempo de tempo, brincar de Deus.


Não sei se sou fingidor, mas finjo.
Não que é dor, que não sei se sinto.
Mas finjo.
Reiventar-me no que escrevo
e mais, no que nunca escreverei.


Eloisa Elena

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